
Por Ivana Ramacioti, de Salvador/BA
A manhã desta quinta-feira (28) no PNQS 2019 (Prêmio Nacional da Qualidade em Saneamento) foi dedicada à gestão de perdas e esgotamento sanitário. Das 8h às 12h, os participantes conheceram os 30 cases de eficiência operacional no saneamento, que trouxeram para o evento as melhores práticas para a redução de perdas, gestão do esgoto e aplicação de métodos mais eficientes na otimização dos sistemas. As medidas apresentadas, visando o aumento da eficiência da coleta e redução da quantidade de intervenções corretivas, mostraram ainda a capacidade das operadoras em lidar com os problemas, desde os mais simples aos mais complexos, levando não apenas água, mas também qualidade de vida para as pessoas.
As apresentações da sala 1 abordaram a importância das ações de saneamento que, apesar de não serem vistas, em sua maioria, são responsáveis pela saúde da população. Um bom exemplo disso foi o case “Projeto de regularização de ligações clandestinas no Bairro Agual”, pela Corsan-Surlit, município de Tramandaí, no Rio Grande do Sul. Hoje mais de 5.000 pessoas recebem água de qualidade em suas casas, após um longo trabalho, iniciado em 2008, envolvendo diversos prestadores de serviços públicos. Diante da extrema carência da região as equipes atuaram desde a organização da numeração dos imóveis, adequação do traçado das redes de abastecimento, atendimento descentralizado e pessoalizado, até a assinatura de termo de cooperação com a prefeitura, a comunicação sistemática com a comunidade, a orientação para um consumo consciente e as macroações em saneamento. Para o moderador da sala 1, Lucas Araújo, trabalhos como esse mostram que o esforço das equipes vão além do saneamento. “Todos os cases apontaram para ações mais profundas, abrangendo a melhoria da eficiência operacional das empresas inicialmente mas que acarretaram em melhora dos níveis de atendimento e, consequentemente, geraram benéficos à população, promovendo a dignidade da vida humana”, afirmou.
Entre os cases da sala 1, foram apresentados “Método AHP integrado a mapas de Kernel para substituição de redes de água com foco em redução de perdas”, pela Sabesp – Diretoria Metropolitana; “Melhoria da eficiência operacional do sistema de abastecimento de água Júlio de Castilhos”, pela CORSAN – SURCEN; “Cantareira, os desafios de se trabalhar em áreas carentes”, pela Sabesp – MN; “Carta 14”, pela Saneago – Distrito Itaguari; “Instalações de ventosas para mitigar a retroação de hidrômetros”, pela Sabesp – UGR Pirituba; “Programa de Perdas no Setor Mutinga em Osasco”, pela Sabesp – UGR Osasco; “Gestão de perdas em 360º”, pela Sabesp – UGR Ipiranga; “Gestão de perdas através do controle de pressão de rede”, pela CORSAN – SURFRO; “Metodologia para alcance dos índices da IWA em áreas de vulnerabilidade social”, pela Sabesp – MC.
Já os cases da sala 2 apresentaram aspectos técnicos relacionados às perdas de água. Para os especialistas, a principal causa dessas perdas é a qualidade da infraestrutura. Esse foi o foco do case “Eficiência na redução de perdas reais, tendo como viés a renovação da infraestrutura de redes e ramais”, pela Sabesp MN. Para o moderador da sala 2, todas as ações visam evitar escassez hídrica. E para esta finalidade, segundo os especialistas, é necessário usar os recursos hídricos de maneira eficaz, aperfeiçoando processos,otimizando a infraestrutura existente e renovando outras. “A crise hídrica é hoje um grande desafio. Temos que promover condições operacionais para atender as diretrizes da segurança hídrica pois, essa relação entre sistema operacional e o sistema natureza, a cada dia, traz novas necessidades. Por isso, estamos aqui no PNQS 2019, buscando atender, com modernização, aprestavam de serviços”, pontuou o moderador Josivan Cardoso Moreno.
Nesta sala, foram discutidos o “Controle de Macromedição 2 – CMM2″, pela Sabesp – UGR Santo Amaro; “Maximização dos resultados com a integração dos processos água, engenharia da operação e atendimento comercial”, pela Sabesp – UGR Billings; “Redução de perdas aparentes por meio de aplicação de inteligência de mercado no combate às irregularidades em ligação de água”, pela Sabesp – UGR São Miguel Paulista; “Gerenciamento das manutenções preventivas e corretivas das VRPs”, pela Sabesp – MO; “Aplicação da modelagem hidráulica para melhoria de desempenho da rede coletora de esgoto”, pela Sabesp – UGR Billings; “Automação dos painéis dos sopradores de ar dos tanques de aeração de estação de tratamento de esgotos”, pela Sabesp – MT; “Otimização do controle de bombeamento da elevatória de esgoto bruto da ETE ABC”, pela Sabesp – MT; “Free-System – Gestão e Prevenção de Obstruções em Redes Coletoras”, pela Sabesp – MOE; “Desafios para implantação de padrão operacional na execução de rede de esgoto em áreas de alta vulnerabilidade – Case Baracela”, pela Sabesp – UGR Santana.
Conforme os especialistas, em média, o esgoto sanitário é composto por 99% de água e apenas 0,1% de materiais sólidos. Existe ainda a incorporação de resíduos no sistema pela população, gerando obstruções na rede. Esses problemas, aliados às anomalias estruturais, o acúmulo de lixo e o despejo de gorduras provocam sérios riscos à coleta de esgoto pelas redes. Para sanar essas questões a Sabesp URG Mooca trouxe para o PNQS 2019 a “Gestão de Esgoto para Excelência”, apresentando como ferramentas a mudança da cultura organizacional, a adoção de medidas preventivas e educativas, além da implantação de novas tecnologias adquiridas em Benchmarking com outros países. “É visível o interesse do público até porque os cases apresentados até agora estão fornecendo informações de excelente qualidade, inovações em processos de gestão e investimentos em tecnologia de ponta. O setor do saneamento Brasil vem melhorando muito e a cada edição do PNQS isso fica comprovado”, afirmou a moderadora Aparecida de Oliveira.
As apresentações da sala 3 abordaram o “Diagnóstico Conciso do Sistema de Esgotamento Sanitário”, pela Sabesp – UGR Alto Tiete; “Estudando o passado para resolver a despoluição dos córregos no presente”, pela Sabesp – MC; “Bloqueio em carga de tubulações de esgoto bruto através da técnica de congelamento criogênico”, pela Sabesp – MT; “Aplicação da Metodologia de Gestão de Ativos na definição da reabilitação de coletor tronco (CT) de esgoto”, pela Sabesp – MT; “Gestão eficiente do lodo da ETE Morretes”, pela CONASA – Companhia Águas de Itapema; “Programa de tratamento técnico de lodo por plasma”, pela Sabesp – MT; “Gestão da qualidade dos corpos d’água da Bacia do Alto Tietê”, pela Sabesp – MT; “Avaliação da performance das Estações de Tratamento de Esgoto”, pela Sabesp – MT; “Implantação de metodologia acústica de diagnóstico para otimizar lavagens preventivas em redes coletoras de esgoto”, pela Sabesp – UGR Mooca.
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