
Convidados apresentaram os desafios e soluções que estão em andamento no Brasil. Fazer planejamento, ampliar o monitoramento e adotar o uso de novas tecnologias foram apontados como requisitos fundamentais para tratar o tema.
Nesta terça-feira, 22 de março, o Dia Mundial da Água chegou aos seus 30 anos. A data, criada em 1992, pela Organização das Nações Unidas – ONU, foi pensada para dar visibilidade a assuntos relacionados a esse importante recurso natural e para mostrar que a sua preservação é papel de toda a sociedade. Diante da oportunidade de celebrar mais uma vez esta data tão importante para o setor de saneamento, a Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental Seção São Paulo (ABES-SP), por meio de sua Câmara Técnica de Recursos Hídricos, e a Subseção Centro Paulista promoveram o webinar “Segurança hídrica em xeque: o desafio de ampliar a utilização de águas subterrâneas e de reúso”.
O evento foi realizado neste mesmo 22 de março, com transmissão ao vivo pelo canal da ABES-SP no YouTube, com participação de especialistas apresentando os desafios e soluções que estão em andamento no Brasil.
Com menção sobre a importância do Dia Mundial da Água, Luiz Roberto Pladevall, presidente da ABES-SP, fez a abertura do evento dando as boas-vindas aos participantes e destacando o objetivo da data: promover a reflexão sobre a importância da água e do gerenciamento sustentável dos recursos hídricos. “Este dia tem que ser considerado como o dia que reflete a importância do saneamento, porque a água é um bem limitado e insubstituível”, disse.
O engenheiro enfatizou que sem a água, por exemplo, perde o sentido a preservação do meio ambiente e do saneamento. “Atuamos na ABES em busca da melhoria das qualidades das águas, desde o tratamento e coleta de esgoto, a coleta e disposição de resíduos sólidos e a drenagem, são os nossos três pilares ligados à água”, informou.
Diante disso, Pladevall reforçou que a ABES-SP abre espaço para um debate técnico em torno do planejamento, da gestão e das condições para a ampla utilização desses recursos hídricos, contribuindo para a segurança hídrica e para a sustentabilidade ambiental no Estado de São Paulo e em todo o Brasil. “Vale lembrar também sobre os eventos extremos que têm ocorrido no Brasil e no mundo, a questão das mudanças climáticas que influencia diretamente na escassez hídrica. E, por isso, a segurança hídrica é fundamental para a nossa sobrevivência”, observou.
O debate, que se alinha, também, ao tema escolhido pela ONU em 2022 – “Águas subterrâneas: Tornando o invisível visível (UN Water, 2022)”, contou com as participações de Ricardo Tierno, diretor da Subseção Centro Paulista da ABES-SP, que fez a mediação; João Carlos Simanke de Souza, membro da Câmara Técnica de Recursos Hídricos da ABES-SP; Didier Gastmans, pesquisador da UNESP; José Carlos Mierzwa, professor e especialista em Reúso de Água (CIRRA – USP); e Ricardo Crepaldi, presidente da Subseção Centro Paulista da ABES-SP (debatedor).
Em sua palestra, João Carlos Simanke de Souza tratou do tema “Tornando o Invisível, Visível”, no qual discorreu sobre iniciativas globais que buscam valorizar a questão da água e mostrou dados sobre a disponibilidade de água subterrânea, que demonstram sua condição de ser realmente um insumo quase invisível, em comparação com os dados da disponibilidade hídrica superficial, entre outros detalhes apresentados. “Com base no contexto geral do ciclo hidrológico, e das crises hídricas que já passamos, as águas subterrâneas são resilientes”, frisou.
O professor Didier Gastmans falou sobre os “Desafios para a Exploração do Invisível”, que complementou a apresentação de Simanke, mostrando alguns desafios, principalmente porque as águas subterrâneas são bastante lembradas em momentos de crises hídricas como solução para enfrentá-las. Ele trouxe detalhes sobre os aquíferos confinados existentes no Brasil, entre outras informações, entre elas, o aumento da demanda e mudanças climáticas, que estão impactando as águas subterrâneas e a redução das reservas renováveis em aquíferos livres, que atingem diretamente o ciclo hidrológico. “Para superar esses desafios, as palavras de ordem são: monitoramento integrado e planejamento estratégico”, alertou.
Com o tema “O Reúso do Visível”, José Carlos Mierzwa contribuiu com o debate falando da gestão da água superficial mostrando algumas iniciativas em prol do reúso de água no Brasil para atenuar o problema de escassez e abordou as tendências para o futuro que estão atreladas a ações para ampliação da coleta e tratamento de esgoto, adoção de tecnologias mais modernas para tratamento de esgotos e implantação de programas de reúso potável indireto ou direto. “Reúso planejado, não potável e, eventualmente, potável, bem como o uso de novas tecnologias, com desenvolvimento no país, são algumas soluções que podemos elencar no âmbito da segurança hídrica”, comentou.
Para finalizar o evento, Ricardo Crepaldi comandou o debate junto aos palestrantes.
Assista à transmissão completa no canal da ABES-SP no YouTube (Clique aqui).
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