No SmartBrine 2025, a ABES apresentou a experiência da ilha com tecnologias que transformam a salmoura em ativo estratégico e apontou caminhos para enfrentar a crise climática
A dessalinização, antes vista como solução emergencial, agora ganha novos contornos no Brasil. Durante o SmartBrine 2025, fórum internacional realizado em Fortaleza, a experiência de Fernando de Noronha foi apresentada como exemplo de inovação replicável. Representando a Câmara Temática de Dessalinização e Reúso da ABES, o engenheiro Artur Ricardo Macedo dos Santos destacou como a ilha superou décadas de racionamento hídrico com um sistema modular, automatizado e energicamente eficiente.
O modelo, que integra eletrólise para produção de cloro, garantiu segurança hídrica em uma região marcada pela sazonalidade do turismo e pela vulnerabilidade climática. Investimentos, em parceria da Compesa e Neoenergia, em painéis solares flutuantes para redução de até 50% do consumo da Usina de Dessalinização ficarão pronto até o final deste ano. “Noronha mostra que é possível unir inovação, sustentabilidade e impacto social em soluções acessíveis para o Brasil”, afirmou Artur.
O encontro, organizado em cooperação com a Holanda, em parceria com o Water Campus, a universidade NHL Stenden e a consultoria Haskoning, também trouxe exemplos da Espanha (Ilhas Canárias com o exemplo emblemático DESALRO 2.0), Israel, Indonésia e Chile, países que avançaram na integração da dessalinização à economia circular. O destaque ficou para o novo olhar sobre a salmoura, considerada não mais um rejeito, mas um ativo estratégico. No debate, ganharam espaço propostas como mineração de sais críticos, produção de hipoclorito e geração de energia a partir do gradiente salino.
Para a ABES, a participação no SmartBrine reforça o compromisso de traduzir essas discussões em guias técnicos, capacitação profissional e projetos-piloto. A ideia é apoiar estados e municípios a incorporar tecnologias de reúso e dessalinização às suas políticas públicas, reduzindo vulnerabilidades hídricas e ampliando a resiliência climática.
Segundo Artur, o momento é decisivo. “Essas tecnologias precisam ser vistas como instrumentos centrais diante da emergência climática. Garantem abastecimento em regiões costeiras, fortalecem centros urbanos e polos industriais e abrem espaço para um crescimento sustentável nas próximas décadas”, destacou.
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Fundada em 1966, a Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental é uma das mais tradicionais e influentes entidades do setor de saneamento e meio ambiente no Brasil. Com representação nacional e atuação em todos os estados, a ABES promove conhecimento, articulação institucional e capacitação técnica com o objetivo de contribuir para a universalização do saneamento e o desenvolvimento sustentável do país.
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